OFTALMOLOGISTA DA FAV DEFENDE TESE DE DOUTORADO SOBRE OS IMPACTOS OFTALMOLÓGICOS DA DOENÇA DE CHAGAS
- arquivosfav
- 10 de fev.
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A doutoranda Cristiana Agra tem tese aprovada em Doutorado de Oftalmologia e Ciências Visuais

Em defesa realizada no dia 07 de fevereiro, a oftalmologista da Fundação Altino Ventura (FAV), Dra. Cristiana Agra, teve a sua tese de doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais aprovada pela banca examinadora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com a FAV, um Dinter Interinstitucional.

A defesa foi realizada no auditório da instituição em Recife, e transmitida online permitindo a participação presencial e virtual, incluindo a Presidência da Fundação, membros da Diretoria, as Coordenações de Ensino, Pesquisa, docentes e discentes da FAV, docentes do Programa de Pós-graduação lato senso da UNIFESP, professores da banca de examinadores da tese, alunas do curso de DINTER, outros profissionais de saúde e de áreas afins, familiares e amigos da Drª. Cristiana Agra.

A tese intitulada “Investigacão de Alteracões Estruturais e Vasculares Pré-clínicas da Cabeça do Nervo Óptico, Mácula e Coroide em Portadores Crônicos de Doença de Chagas” foi desenvolvida sob orientação do Dr. Tiago Prata, professor do Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia e Ciências Visuais da UNIFESP e foi coorientada pela Drª. Camila Ventura, Professora Coordenadora do Departamento de Investigação Científica da FAV.

A banca contou ainda com a participação da Drª. Carolina Gracitelli, Professora Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Oftalmologia e Ciências Visuais da UNIFESP; Dr. Fábio Kanadani, Professor do Departamento de Oftalmologia do Instituto de Olhos do Hospital Universitário São José; Drª. Izabela Diniz, Professora Preceptora do Programa de Residência Médica em Oftalmologia da Universidade Federal do Pará; e a Drª. Maria Cecília Remígio, Professora do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de Pernambuco. Os professores suplentes da banca foram o Dr. Paulo Escarião, Professor Afiliado do Departamento de Retina e Vítreo da FAV e o Dr. Tiago Arantes, Professor Afiliado do Departamento de Oftalmologia da FAV.
A linha de pesquisa da Dra. Cristiana sobre os achados no sistema visual de pacientes chagásicos é inovadora. Emprega tecnologias avançadas, tais como, a tomografia de coerência óptica (OCT) e a angiografia feita pelo exame do OCT. Utilizou ferramenta de Inteligência Artificial especializada para detecção e acompanhamento das doenças oculares, o software europeu Laguna-ONhE (comercialmente conhecido como RetinaLyze), e avaliou topograficamente a escavação do nervo óptico e a concentração de hemoglobina nessa estrutura ocular.
Na abertura da tese, o Presidente da FAV, Prof. Dr. Marcelo Ventura, ressalvou que este é um momento histórico, em que a FAV consolida seu papel social no fomento ao ensino e a pesquisa científica, oferecendo oportunidades a oftalmologistas, outros profissionais de saúde e áreas afins, de realizaram o curso de Doutorado Interinstitucional em Oftalmologia e Ciências Visuais do Programa de Pós-Graduação da UNIFESP em parceria com a FAV. “O Curso, que é pioneiro no Norte e Nordeste do país. Assim, a FAV amplia o número de docentes com o título de Doutor em seu quadro, e passará em etapa seguinte a oferecer o seu próprio Programa de Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais”, agradeceu.

O Prof. Dr. Tiago Prata, orientador da tese de doutorado celebrou a defesa Dra. Cristiana, e reforçou a importância das significativas contribuições científicas e apontou as principais evidências realizadas para a oftalmologia reconhecendo a tese como aprovada por unanimidade da banca examinadora.
“O sentimento em relação ao trabalho da Dra. Cristiana é muito positivo. Ela assumiu um desafio que exige sair da zona de conforto, envolvendo subspecialidades, exames complementares e o uso de tecnologias com algoritmos de inteligência artificial, até então, pouco disponíveis no Brasil, como o software Laguna-ONhE, utilizado para avaliar a hemoglobina na cabeça do nervo óptico dos pacientes com Doença de Chagas. O comprometimento e o profissionalismo dela foram fundamentais para o desenvolvimento do estudo, concluindo que, embora pacientes possam apresentar complicações cardiovasculares significativas, quando o exame clínico e a retinografia estão normais, não há necessidade de investir em exames complementares mais detalhados”, enfatizou.

Em depoimento, a Profª. Drª. Camila Ventura, Coordenadora do Departamento de Investigação Científica da FAV, destacou a dedicação da Dra. Cristiana Agra para seu curso de doutorado e o desenvolvimento da pesquisa científica que fundamenta sua tese de doutorado.
“Cristiana sempre se destacou em tudo que se propôs a fazer. Como profissional e cirurgiã é brilhante, e em se tratando de pesquisa científica, testemunhamos a seu crescimento e desempenho, muito positivo e sólido, desde os tempos de seu mestrado, e agora, ainda mais no doutorado. Estamos muito orgulhosos de sua conquista!”, enfatizou.
“A doença de Chagas afeta milhões de pessoas de forma silenciosa e progressiva, e a pesquisa da Dra. Cristiana Agra trouxe avanços importantes para o entendimento das manifestações oculares, ampliando as perspectivas que favorecem o acompanhamento mais eficaz dos pacientes. Realizado na FAV, esse estudo reafirma o compromisso da instituição com a inovação científica e a excelência no atendimento aos pacientes. A dedicação e o rigor científico da Dra. Cristiana Agra foram inspiradores ao longo de todo o processo, tornando essa experiência enriquecedora tanto no âmbito acadêmico quanto humano. Tenho convicção de que seus achados contribuirão para aprimorar a assistência oftalmológica aos pacientes afetados por essa enfermidade tão negligenciada. Fico feliz por ter participado desse projeto e a parabenizo por essa conquista, que abrirá caminhos para novas descobertas na área”, destacou a Analista de Pesquisa Científica do Departamento de Investigação Científica da FAV, Profª. Drª. Ana Karine Soares.
A Drª. Cristiana Agra expressou gratidão pela oportunidade de realizar o doutorado, salientando que foi um grande aprendizado, não apenas pela obtenção do título, mas pelo processo de cinco anos de coleta e tratamento de dados, interações com pacientes e a relação com os orientadores.
“Todo esse tempo de aprendizado foi o que mais importou, pois é um crescimento acadêmico e profissional imenso”, citou.
A Dra. Cristiana também agradeceu a todos que a apoiaram ao longo do caminho, especialmente à equipe da FAV, mencionando a parceria inédita com a UNIFESP e a oportunidade de trabalhar com profissionais tão qualificados, como as professoras Drª. Liana Ventura e Drª Camila Ventura.
“O mais gratificante não é o título, mas todo o processo e as relações profissionais e pessoais que construí ao longo dessa jornada”, mencionou a doutora.
Ela também destacou a importância da parceria com o Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (PROCAPE), que, por meio do ambulatório “Casa de Chagas”, oferece assistência oftalmológica a uma população carente.
“Essa colaboração fortaleceu tanto a pesquisa quanto a assistência a quem mais precisa”, afirmou.
A Dra. Cristiana Agra foi acompanhada por uma equipe dedicada durante sua pesquisa, incluindo a equipe do Departamento de Investigação Científica da FAV, como as professoras: Drª. Ana Karine Soares e Drª. Taciana Higino, o estatístico Dalmir Santos, o analista de Business Intelligence Hugo Oliveira e as assistentes administrativas: Andrieli Mousinho e Marília Farias.
A tese de doutorado representou um marco na trajetória acadêmica da Dra. Cristiana, além de brindarem a ciência com importantes contribuições científicas sobre a Doença de Chagas e a saúde ocular. A doença, comumente associada a complicações cardíacas e digestivas, também pode gerar alterações oculares, especialmente em estados como Pernambuco, onde os casos são frequentes.
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Editor-Chefe: Phelipe Cavalcante
Redação: Ágatha Cavalcanti / Weriston Rodrigues
Fotografia: Cristiana Dias / Vitória Batista
Diagramação: Ana Silva
Colaboração: Ismael Santos